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TEATRO

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Terceira Idade, Uma Comédia de Guerra

Terceira Idade, Uma Comédia de Guerra


dia 18 de Outubro pelas 21h30/ ano 2013

Teatro Aveirense


a partir do texto homónimo de J.M. Vieira Mendes

É só uma peça. De teatro. É literatura. O ponto de partida é: o texto não é ponto de partida. O texto é o texto. Aliás, uma comédia. E teatro é o teatro.

Em Terceira Idade, de J.M. Vieira Mendes, os atores, antes de começarem, já se reformaram. Relembram os tempos das batalhas, roubando memórias aos filmes de guerras em selvas vietnamitas e cidades em estado de sítio, e protestam por uma reforma condigna. Gente com passado, que apresenta rugas onde não as vemos. O horizonte mais próximo é a morte, mas a melancolia é comédia e o desespero gargalhada. Nesta peça de teatro a trama serve de pretexto para adensar o “Quem sou eu?” ou ainda “O que é isto de uma terceira idade?” Ou também: “Será que digo que sou velho porque sou velho ou sou velho porque digo que sou velho?”
Partindo deste texto, o Teatro Praga chegou a um espetáculo em que testa a sua terceira idade. Como será daqui a 40 anos? E na especulação da resposta acrescenta matéria a um conceito por abrir.
Terceira Idade é tempo e velhice, sabedoria e esquecimento, artroses e pilates. Mas também é hoje e foi ontem. É uma construção por fazer com palavras conhecidas. Uma inevitabilidade a preencher. Uma reinvenção dentro da invenção. Uma comunicação aos tropeções. É, finalmente, a possibilidade de dizer, com os corpos de agora e cabelo de futuro: Terceira idade é hoje e aqui.
Este espetáculo não inaugura uma nova idade. Limita-se a ser uma continuação. Estamos todos na mesma história. Estamos todos no mesmo barco.

Vamos ser mais consequentes, arriscar a combinação e não prever a relação de causalidade em que uma coisa segue a outra ou se justifica na outra ou suporta a outra. O espetáculo é o que for e não uma leitura de um texto. O texto é o que for e não se concretiza no espetáculo.

Este espetáculo é uma terceira tentativa. Depois de O Avarento ou A última festa e de Padam Padam, voltamos a um texto escrito por J.M. Vieira Mendes. Desta vez sem qualquer espetáculo.
Esta comédia já escrita começa por responder às comédias tradicionais em que as portas se usam com fartura: entra-se e sai-se em alturas erradas, vê-se o que não se devia... Entretanto perderam-se as casas. Ou abriram-se. Nos espetáculos do Teatro Praga não há paredes de cena ou portas construídas, janelas, essas coisas. E por isso a comédia de portas pode saltar para a comédia de identidades: um ator que é tanta gente e que entra e sai dos nomes como quem entra e sai por portas.
A isto juntou-se parte do argumento de uma peça antiga de Marivaux, “Os atores de boa fé” (1757): Uma companhia de teatro é contratada para representar uma comédia a fim de celebrar um casamento, mas a dona da casa (a mãe da noiva), por razões de moral, não autoriza. Quem os contratou promete que não só haverá comédia como será a dona da casa protagonista do espetáculo sem o saber. A trama serve pois de pretexto para adensar o “Quem sou eu?”, numa espiral de matrioskas propensa a lutas pela personagem, pela pessoa, pelo sujeito e por todas essas identidades presentes na vida.
Para enfrentar o texto decidimos jogar com a inversão de um tradicional programa infantil. Ou seja, o episódio tradicional conta com uma senhora mais velha, rodeada de crianças, que ensina a brincar e desenhar e divertir. As crianças aprendem (e uma câmara filma e a televisão transmite). E a nossa inversão conta com uma criança, um boneco, uma marioneta com o queixo marcado e uns olhos de vidro, rodeada de gente na terceira idade. E a criança, a marioneta, é que manda.
Para quê a mentira, se podemos ter a verdade? Para quê o real, se podemos ter a ficção? Para quê pedir à criança para dizer, quando podemos dizer com a marioneta na mão? É tudo o mesmo, e a marioneta não berra nem se queixa.

Preço único €5

Ficha Artística / Técnica
texto: José Maria Vieira Mendes
criação: Pedro Penim, André E. Teodósio e José Maria Vieira Mendes
interpretação: André e. Teodósio, Cláudia Jardim, Diogo Bento, Diogo Lopes, J.M. Vieira Mendes, Patrícia da Silva e Pedro Penim.
luz: Daniel Worm d’Assumpção
cenografia: Bárbara Falcão Fernandes
produção: Teatro Praga / Elisabete Fragoso
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